Ensinadas desde cedo a limpar a região íntima, as meninas crescem
sabendo quais cuidados ter ao terminar de urinar, após uma relação sexual e
também ao tomar banho. Por outro lado, vemos que os cuidados masculinos com o
órgão sexual não têm o mesmo nível e em alguns casos são até inexistentes. Será
que há uma justificativa médica para diferença no cuidado? Segundo o doutor
Sidney Glina, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, não. “É uma
questão de higiene e saúde. Há uma educação maior quando se trata do sexo
feminino em relação à região íntima, mas tanto homens quanto mulheres devem
olhar com atenção especial para os cuidados com essa parte do corpo.” Homens
que têm o prepúcio longo (pele que recobre a glande), por exemplo, devem secar
o pênis após urinar. Mesmo os homens que não terminem a urina completamente
também devem ter esse cuidado. “O que geralmente ocorre é que, com a pressa em
terminar de urinar, um pouco da urina fica ainda na uretra, extravasa e deixa o
pênis e a roupa úmidos”, O líquido em contato constante com a pele pode ser uma
fonte de inflamações e até infecções.
Leia a matéria completa clicando em leia
mais. A higiene não para por aí: durante o banho, a limpeza correta deve ser
feita trazendo o prepúcio para trás e lavando todo o pênis com a água e o sabão
do próprio banho. Depois, o órgão deve ser seco. Novamente, o prepúcio deve ser
“puxado”, seco e só depois pode ser levado de volta à posição original. Após as
relações sexuais, o procedimento deve ser o mesmo. É importante ressaltar que
caso a região íntima não seja corretamente limpa, as consequências podem ser
severas. “O problema mais comum é a balanite, que consiste na inflamação da
pele que recobre a glande. O mais grave é o câncer de pênis. Ambos são
associados à inadequada higiene peniana”, alerta Soares de Sá Filho. E
engana-se quem pensa que o câncer de pênis é incomum. De acordo com o INCA
(Instituto Nacional do Câncer), em 2009 surgiram 4637 novos casos de tumor
peniano. “No Maranhão, por exemplo, há mais casos de câncer de pênis do que de
próstata”, avisa Glina. Lá, um caso surge a cada 16 dias, e muitos chegam à
amputação. “O homem deve ter o hábito de observar o próprio corpo e ir ao
médico ao menor sinal de alteração. Qualquer lesão é importante, porque uma
ferida pequena pode evoluir para algo maior e mais difícil de tratar”, diz
Glina. Nada melhor, portanto, que ensinar desde cedo os meninos a cuidarem de
si mesmos, não é? Se é de pequeno que se torce o pepino, que de pequeno se lave
o pepino também.
MACUCONEWS
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