Eles relataram como foram conduzidos e se sabiam por que foram presos.
Grupo teria atuado por quase 20 anos no Ministério da Cultura.
As 14 pessoas que foram presas pela Polícia Federal durante operação
que apura desvios de recursos federais da Lei Rouanet, ocorrida na terça-feira
(28), prestaram depoimento na sede da Justiça Federal em São Paulo nesta quarta
(29). No fim da tarde, eles voltaram para a sede sede da PF na capital
paulista, na Lapa, Zona Oeste, em uma van branca escoltada por agentes.
Segundo a procuradora da República Karen Kahn, os presos relataram a
forma como foram conduzidos e se eles tinham conhecimento do motivo pelo qual
foram presos. “Essas audiências são realizadas simplesmente para se verificar
se os procedimentos foram cumpridos”, disse. A investigação agora vai analisar
o material apreendido com os suspeitos.
As audiências de custódia duraram cerca de cinco horas. Os 14 suspeitos
foram presos na manhã desta terça-feira (28) em São Paulo, Brasília e Rio de
Janeiro. Segundo as investigações da Operação Boca Livre, um grupo criminoso
atuou por quase 20 anos no Ministério da Cultura e conseguiu aprovação de R$
180 milhões em projetos fraudulentos. Boca Livre é uma expressão que significa
festa onde se come e bebe às custas de outras pessoas.
O desvio ocorria por meio de diversas fraudes, como superfaturamento,
apresentação de notas fiscais relativas a serviços e produtos fictícios,
projetos duplicados e contrapartidas ilícitas realizadas às incentivadoras.
Os donos da produtora Bellini Cultural e o produtor cultural Fábio
Ralston estão entre os presos já levados para a sede da Polícia Federal de São
Paulo, na Zona Oeste da capital paulista.
Os presos devem responder pelos crimes de organização criminosa,
peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade
ideológica, cujas penas chegam a doze anos de prisão.
A Polícia Federal concluiu que diversos projetos de teatro itinerante
voltados para crianças e adolescentes carentes deixaram de ser executados,
assim como livros deixaram de ser doados a escolas e bibliotecas públicas.
Os suspeitos usaram o dinheiro público para fazer shows com artistas
famosos em festas privadas para grande empresas, livros institucionais e até a
festa de casamento de um dos investigados na Praia de Jurerê Internacional, em
Florianópolis, Santa Catarina. A festa de casamento era de Carolina Monteiro e
Felipe Amorim e teve a presença de um cantor sertanejo.
Fonte; G1
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