A Universidade Federal da Bahia (UFBA) decretou a morte do
vestibular, o bicho-papão que atormentou a vida escolar e o imaginário de
dezenas de gerações de universitários baianos, principalmente daqueles que
nunca conseguiram ingressar numa universidade pública. A partir de 2014, todas
as 4.282 vagas de graduação da UFBA serão preenchidas através das notas obtidas
no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) por alunos de todo o país. Com isso,
os candidatos de Salvador e da Bahia disputarão as mesmas vagas com candidatos
de todo o país. Pelo Sisu, nenhum candidato precisa se deslocar de seu estado
para realizar a prova, o que aumenta em muito o número de concorrentes, já que
não se gasta com viagem.
Entretanto, o que num primeiro instante pode parecer uma
maravilha para quem sempre teve pavor do vestibular e acha que agora vai
navegar em mares tranquilos, outros elementos entraram em cena. Primeiro, a complexidade
da prova do ENEM, cuja lógica e filosofia de avaliação são completamente
diferentes dos formatos para os quais muitas das escolas tradicionais de
Salvador treinavam a custo de ouro seus alunos desde as mais tenras séries. Os
professores show men, com suas formulazinhas rimadas para facilitar a decoreba,
agora estão no sal. Outros aspectos importantes e que faziam diferença entre um
aluno baiano e o de outro estado disputando entre si uma vaga na UFBA eram os
conteúdos culturais regionais, sobretudo ancorados na literatura e filmografia
locais. Agora, adeus a essas especificidades. Estão mortos e cremados…
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