A cada nuvem escura que aparece no céu, chuva que cai, barulho de trovão, ou noticiário jornalístico informando os enormes volumes de água para a nossa região, o medo e a apreensão apertam o peito com medo de uma nova cheia nos rios Salgado, Colônia e Cachoeira.
O dia 25 de dezembro de 2021 foi um dos dias mais tristes que vivi em Ibicaraí. O prolongamento da avenida São Vicente de Paula, rua Paraguaçú, General Osório e as ruas próximas ao Rio Salgado e nos distritos, viraram verdadeiros ‘cenários de guerra’, com pessoas chorando, móveis destruídos e casa alagadas ou destruídas. Basta chover forte que volto no tempo e não consigo relaxar.
Lembro que encontrei o meu filho todo molhado, ajudando as pessoas. Naquele dia Murilo virou a noite carregando móveis dos vizinhos e amigos. Ele só não conseguiu salvar o que tinha. Ao me ver, Murilo me abraçou e chorou no meu ombro. Senti uma tristeza enorme e ao mesmo tempo muito orgulho dele. Vi ali um ser humano bom, com sentimento e sentindo a dor do seu semelhante.
Ontem, na hora que sentei à mesa com minha esposa Fátima e minha filha Gabriela, eu agradeci a Deus pelo alimento na mesa e a casa segura que construí e pedi que Ele pudesse levar alimentos para todos que sentem fome e que fizesse uma intervenção divina por toda a população ribeirinha que tanto sofre e tem sofrido com as constantes cheias dos rios que cortam a nossa região.
Acordei hoje cedo e fui direto para o celular para buscar notícias sobre as chuvas e os nossos rios. Graças a Ele, as chuvas deram uma trégua e estão baixando. Continuo apreensivo, mas agradeci por mais um Natal e por tudo ter corrido bem. Que venha 2023, com muita saúde, paz e prosperidade para todos.
Arnold Coelho
Um ser, acima de tudo, humano
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