A respeito da matéria da Folha de
SP intitulada “Brasil se nega a retirar sul-americanos de epicentro do
coronavírus e dá carona a poloneses”, os Ministérios das Relações Exteriores e
da Defesa sublinham a desconexão entre a manchete do artigo, de teor negativo e
sensacionalista, e o conteúdo informativo do texto, que por si só evidencia a
complexidade da operação e a impossibilidade de atender às demandas de
transporte de mais de 80 passageiros, de diversas nacionalidades.
A
Operação Regresso, como reconhece a própria matéria, transportou 34
brasileiros e familiares estrangeiros, em dois aviões VC-2 da FAB à disposição
da Presidência da República, desde Wuhan até a base em Anápolis-GO.
As aeronaves, como já havia sido
amplamente divulgado, possuem capacidade de passageiros limitada e considerando
ainda o número de tripulantes e profissionais de medicina embarcados no Brasil,
para realizar exames e para acompanhar os passageiros ao longo do voo,
reduziu-se significativamente o número de assentos disponíveis, o que
inviabilizou o atendimento, ainda que parcial, das solicitações feitas por
cidadãos de outros países.
Como o plano de voo das aeronaves
incluía pouso e reabastecimento em Varsóvia, foi possível o transporte apenas
seis residentes da Polônia. Ressalte-se, a propósito, que o governo polonês
solidarizou-se desde o primeiro momento com o Brasil e se dispôs prontamente a
receber os aviões em seu território.
Não houve, portanto, negação
discricionária quanto aos pedidos de apoio, mas tão somente impossibilidade
logística de acomodação de mais de 80 pessoas, além da dificuldade prática de
transportá-los a seus diversos países uma vez desembarcados no Brasil, ou de
mantê-los em quarentena em território nacional.
Todos esses elementos estão
claros no texto da matéria em questão, saltando aos olhos do leitor isento e
bem informado a distância que separa o título do texto do artigo.
Em nenhum momento, por outro
lado, o Itamaraty recebeu manifestações de desagrado dos países solicitantes.
Ao contrário, todos agradeceram a disposição do governo brasileiro de ajudar e
compreenderam as difíceis condições logísticas envolvidas, que impediram,
afinal, o atendimento das solicitações recebidas.
Ao contrário do que o artigo
tenta desconstruir, o Brasil continua a ser reconhecido, no âmbito das relações
internacionais e em especial na América do Sul, como um País solidário e de
elevado espírito humanitário.
O Ministério das Relações
Exteriores e o Ministério da Defesa defendem a liberdade de imprensa, prezam
por uma imprensa livre, mas defendem, sobretudo, o direito do cidadão de ser
bem informado. A matéria em questão presta um desserviço à população.
Departamento de Comunicação
Social dos Ministérios das Relações Exteriores
Assessoria de Comunicação Social
do Ministério da Defesa
Por Redação DefesaTV -9 de fevereiro de 2020 08:21
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