Meses atrás, vieram à tona denúncias de que um diretor da Emasa
(Empresa Municipal de Águas e Saneamento), em Itabuna, teria usado máquinas e
funcionários para abrir um poço de água mineral em Castelo Novo, distrito de
Ilhéus. Até aí, nada de anormal, se o produto não tivesse sido vendido,
ilegalmente, no bairro Parque Boa Vista, ao invés de ser destinado ao abastecimento
de hospitais e locais afins.
Desde então, o caso virou alvo de investigações dos promotores
Inocêncio Carvalho e Patrick Pires da Costa, do Ministério Público Estadual.
Três meses se passaram e, na manhã desta quinta-feira (3), uma operação foi
deflagrada e duas pessoas da diretoria da Emasa foram presas: José Antônio dos
Santos, diretor de Planejamento, e Pedro Barreto, chefe do setor de Vazamentos
da empresa.
A ação conjunta entre as Polícias Civil e Militar e MPE resultou,
ainda, no cumprimento de mandados de busca e apreensão nos setores de finanças,
compras e de contratos da Emasa. Foram recolhidos vários documentos, entre os
quais contratos de locação de máquinas retroescavadeiras e carros-pipas, feitos
no período de dezembro de 2015 e março deste ano. As máquinas foram usadas na
abertura do poço e o carro, para trazer a água para Itabuna.
Também foram apreendidas cópias do controle de jornada dos equipamentos
contratados, bem como comprovantes de adiantamento de vencimentos dos diretores
e os contracheques destes dirigentes, relativos ao período de janeiro de 2013 a
junho deste ano.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcos Adriano Silva Ledo,
substituto da 2ª Vara Criminal de Itabuna. O magistrado determinou, também, a
apreensão de documentos de locação de equipamentos e controle de jornada em
nome de de Raimundo Ferreira Cruz Júnior. A operação foi acompanhada pelo
delegado André Aragão, diretor da 6ª Coorpin de Itabuna. Toda a diretoria da
Emasa continua sob investigação do MPE.
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