Com condicionamento em dia, Joanna sobra nos três últimos rounds e põe
muay thai em prática para impedir que a rival se tornasse primeira brasileira
campeã do UFC,
O clima hostil, iniciado antes mesmo das gravações da 23ª temporada do
TUF, se estendeu ao octógono no reencontro entre Joanna Jedrzejczyk e Claudinha
Gadelha, nesta sexta-feira, em Las Vegas, como era de se esperar. A brasileira,
enfim, teve a aguardada revanche, porém, parou na trocação afiada da invicta
polonesa, que manteve o cinturão peso-palha do Ultimate após vitória por
decisão unânime (48-46, 48-45 e 48-46) depois de 25 minutos de um confronto
eletrizante, aplaudido de pé pelo público - majoritariamente americano.
A tática de Claudinha Gadelha - levar o combate ao chão - deu certo nas
duas primeiras etapas, quando ela dominou a campeã na grade, sem dar espaços. O
preço, no entanto, foi o cansaço, que fez a potiguar desacelerar o ritmo.
Joanna, então, tomou as rédeas da luta e passou a acertar a oponente com mais
facilidade, em função da mobilidade reduzida. Prova disso é que terminou o
duelo fisicamente inteira.
Depois de ser aclamada vencedora, Joanna chamou Gadelha e, ao
microfone, disse respeitar a brasileira como lutadora. A rival, meio sem jeito,
fez uma discurso rápido falando que respeitava a polonesa como campeã, mas
citou que mais importante que o título era o coração e a humildade. A
representante da Nova União deixou o cage em seguida, enquanto a polonesa pedia
para ser escalada no card de Nova York, em novembro.
A luta
Joanna começou a luta medindo a distância com um jab, porém, um cruzado
de esquerda de Claudinha a desestabilizou. Foi a senha para a brasileira
colocar pressão e tentar manter a polonesa no solo, onde ela é mais fraca. Com
raça, Joanna se levantou, mas seguiu imprensada contra a grade. Quando se
desvencilhou, trocou golpes na curta distância com a brasileira, que voltou a
clinchar. Na marra, a atleta da Nova União fez muita força e obteve a queda,
trabalhando na meia-guarda. Joanna colocou as costas na grade e se levantou,
porém, seguiu emparedada. A polonesa, então, acertou firme o rosto da
brasileira e o duelo transcorreu no centro do octógono. Na trocação, pela
envergadura, Joanna levava vantagem - embora, claramente, não encontrado o
tempo exato para atingir a atleta da Nova União, que levou vantagem nesta
parcial.
Na segunda etapa, Claudinha procurou repetir o que havia dado certo:
quedar Joanna. E ela conseguiu com cerca de 45 segundos, outra vez caindo na
meia-guarda. Joanna usava as costas para tentar se levantar, deixando o rosto
exposto para Gadelha conectar alguns socos. A polonesa se reergueu, mas não
saiu do calor da oponente, que não dava espaço para que ela usasse o que possui
de melhor: o muay thai. Joanna deu o troco e derrubou a rival, porém, ficou novamente
encurralada. Nos dez segundos finais, Joanna se livrou e foi para cima da
brasileira - sem tempo para anular a superioridade da peso-palha do Brasil.
Nos primeiros movimentos do terceiro round, Claudinha ficou mais lenta
para se esquivar da perigosa trocação de Joanna, que conectou bons jabs e
diretos. A potiguar, então, adotou a mesma estratégia e aplicou a queda.
Jedrzejczyk, ao se livrar, acertou boa cotovelada e parecia mais inteira
fisicamente - acertou um ótimo chute frontal, inclusive, no rosto de Gadelha. A
brasileira virou um alvo fixo, enquanto a polonesa ganhava confiança e mostrava
desenvoltura na trocação. A 1m52s, Gadelha recorreu à queda, mas Joanna se
livrou facilmente, dando distância e chamando Gadelha para a trocação. A
torcida gostou. Visivelmente, Gadelha cansou, porém, aplicou uma cotovelada
fortíssima, que fez os joelhos da polonesa dobrarem. Pela primeira vez,
Jedrzejczyk foi superior no combate - e o público reconheceu a entrega das
duas, brindando-as com aplausos.
Veloz, Joanna iniciou a quarta parcial combinando socos e chutes,
aqueles que fizeram com que ela fosse a campeã do peso-palha. Com chutes baixos
de esquerda, ela minava ainda mais a - pouca - movimentação de Gadelha. Os
socos entravam no rosto da brasileira, que apresentava um pequeno corte abaixo
do olho esquerdo. A um minuto do fim, lançou um chute alto na cabeça da rival.
Joanna crescia à medida que a adversária diminuía o ritmo.
O quinto round ganhou contornos emocionantes, pois, possivelmente,
definiria a luta, que estava empatada. A estratégia era clara: Joanna investia na
trocação, enquanto Gadelha, com cerca de um minuto, pressionou a polonesa
contra a grade. A pujança dos rounds iniciais, quando a tática deu certo,
naturalmente, não era a mesma. Sendo assim, Joanna se libertou e soltou o
braço, trazendo o confronto para o centro do octógono. Gadelha tentou pegar
Joanna, que se recusou a ir ao chão e deu distância para a brasileira. No
minuto final do embate, a combinação de golpes de Joanna entrou firme no rosto
de Gadelha, que demonstrava bravura impressionante. O reconhecimento do duelo
eletrizante das duas melhores integrantes do peso-palha veio da torcida, que as
aplaudiu de pé, em um desfecho emocionante de combate
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