Comissão reduziu prazo da defesa, o que pode acelerar rito de
impeachment.
Advogado de Dilma informou que outros três recursos serão apresentados.
O ex-ministro e atual advogado da presidente afastada Dilma Rousseff,
José Eduardo Cardozo, anunciou nesta sexta-feira (3) que encaminhou recurso ao
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, contra a
redução do prazo de defesa de Dilma na Comissão do Impeachment do Senado.
Lewandowski assumirá o comando dos trabalhos no julgamento final do
processo de afastamento de Dilma no Senado e é responsável por receber recursos
e questionamentos na comissão especial.
Nesta quinta-feira, o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB),
anunciou a redução em 20 dias dos prazos para entrega das alegações finais pela
acusação e pela defesa da presidente afastada.
"Estamos apresentando, entre hoje e segunda, quatro recursos ao
presidente do STF. Um está sendo interposto agora, sobre o prazo de alegaçõess
finais", disse Cardozo em entrevista coletiva. "Nos pareceu claro que
a questão ali havia intenção muito forte de setores de abreviar o mais possível
o processo de impeachment. Nos pareceu bastante claro", completou.
A redução dos prazos na comissão pode antecipar para 12 de julho a
votação, no plenário principal do Senado, da fase intermediária do processo,
chamada de “pronúncia”. Nessa etapa, a comissão deve emitir parecer dizendo se
a denúncia contra Dilma procede e se vai para julgamaneto final.
"Tenho interesse em resolver rapidamente [o processo de impeachment],
mas com direito de defesa e e sem atropelo. Não há réu que não queira exigir o
direito defesa", disse José Eduardo Cardozo.
Nesta sexta-feira, mais cedo, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), divulgou nota na qual afirma que vê "com preocupação" a
redução de prazos do impeachment. "Como presidente do Congresso Nacional,
vejo com preocupação as iniciativas para comprimir prazos. Mais ainda se a
pretensão possa sugerir supressão de direitos da defesa, que são
sagrados", escreveu Renan.
Outros recursos
Segundo explicou Cardozo, outros três recursos também serão
encaminhados a Lewandowski até a próxima segunda-feira (6).
Um deles pedirá que os áudios que envolvem, entre outras pessoas, o
senador Romero Jucá (PMDB-RR) sejam incluídos no processo. Em uma conversa com
Renan Calheiros, gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Jucá
sugeriu um "pacto" contra a Operação Lava Jato – a comissão especial
rejeitou incluir esses áudios.
“Estes áudios não alargam o objeto do processo, mas são fatos novos em
relação à prova. E nós queremos o óbvio. Queremos que as gravações venham para
o processo, porque provam a nossa tese, deixam claro que houve desvio de poder.
Não poder juntá-los é o fim do mundo. Nós queremos que sejam juntados”, afirmou.
Pedido de suspeição do relator
Outro recurso da defesa, disse Cardozo, pedirá a suspeição do relator,
Antonio Anastasia (PSDB-MG). Na avaliação do advogado da petista, é possível
questionar a isenção do tucano, uma vez que dois dos autores do pedido de
impeachment têm ligação com o PSDB.
“O senador Anastaria, por quem temos alta consideração, é do PSDB. Um
dos autores, o professor Miguel Reale Júnior, é filiado ao PSDB, e a senhora
Janaína Paschoal foi contratada pelo PSDB, segundo ela mesma disse, para fazer
estudos sobre o impeachment. Ou seja, há a configuração da violação ética”,
disse.
Um terceiro recurso, disse o ex-ministro, está relacionado aos
requerimentos apresentados pelos senadores à secretaria da comissão especial.
Na avaliação de Cardozo, a defesa tem de ser notificada sobre cada um desses
requerimentos, ter tempo para analisá-los e poder se manifestar também sobre
cada um, o que, disse o ministro, não ocorreu até agora.
Fonte; G 1
Fonte; G 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seus comentários, mas lembre-se que este blog é acessado por famílias, mulheres, e pessoas de bem.