Relator do projeto de
Orçamento de 2016, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) vai propor um corte R$ 10
bilhões dos R$ 28,8 bilhões previstos para o Bolsa Família no ano que vem. O
valor equivale a um corte de 35% no principal programa de transferência de
renda do governo. A ideia de Barros é impedir o ingresso de novos
beneficiários, valendo-se do mesmo raciocínio usado pelo governo ao diminuir os
recursos destinados aos programas Ciência sem Fronteiras, Minha Casa, Minha
Vida e Pronatec. “O recurso será usado só para o que já está contratado, sem
novos ingressos”. Ao mesmo tempo, o relator avalia que o avanço sobre o
programa se justifica para que se faça um equilíbrio das contas públicas que
impeça uma deterioração ainda maior do mercado de trabalho, mesmo que alguns
beneficiários venham a perder o direito. “Bolsa família é dado para
complementação da renda familiar média, 72% dos que recebem trabalham. É melhor
manter o emprego do cara ou manter o benefício? Se ele ganha mais no trabalho,
vamos equilibrar as contas públicas para que as oportunidades de emprego não
sejam suprimidas”, justifica. Barros diz que “o espaço para cortes está muito
difícil”, mas que vai entregar um orçamento que não seja deficitário. “Tem que
buscar cortar onde ainda tem recurso. Vou estudar todas as rubricas e essa [do
Bolsa Família] é uma rubrica alta”. Ele diz, no entanto, que não tem “nenhum
compromisso” com a meta de superávit de 0,7% do PIB estipulada pelo governo.
Fonte; Folha de São Paulo
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