O senador José Serra
(PSDB-SP) disse ter considerado um "exagero" a decisão da Polícia
Federal de realizar uma busca e apreensão no escritório de um dos filhos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Cláudio, o que ocorreu na manhã
da segunda-feira (27), como parte das investigações da Operação Zelotes.
A aliados, o tucano
teria relatado desconforto com a medida e disse que o episódio abre precedentes
para que ações como essa atinjam também familiares de outros políticos.
Preocupação de Serra
pode estar ligada ao fato de que sua filha, Verônica Serra, também já foi alvo
de denúncias de que teria movimentado ilegalmente recursos em sua empresa, o
que ela nega.
Operação
A Polícia Federal
realizou buscas na manhã da segunda-feira (27), na LFT Marketing Esportivo,
escritório de Luis Claudio Lula da Silva, na terceira fase da Operação Zelotes.
Nesta etapa, foram presos o lobista Alexandre Paes dos Santos e José Ricardo
Silva, conselheiro do Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
A
Zelotes investiga um suposto esquema de lobby que visaria reduzir dívidas
fiscais de grandes empresas e obter benefícios tributários.
A defesa de Luis
Claudio disse que a ação foi "despropositada". A Touchdown, segundo o
texto dos advogados, pratica atividade lícita e "não tem qualquer relação
com o objeto da investigação da chamada 'Operação Zelotes'". Já no caso da
LFT Marketing Esportivo, "que se viu indevidamente associada à edição da
MP 471 – alvo da Operação Zelotes –, a simples observação da data da constituição
da empresa é o que basta afastá-la de qualquer envolvimento com as suspeitas
levantadas: A citada MP foi editada em 2009 e a LFT constituída em 2011 — 2
anos depois", argumenta.
A defesa afirma que as
duas empresas "jamais tiveram qualquer relação, direta ou indireta, com o
Carf", órgão em que era concentrado o esquema de venda de lobby que visa
reduzir dívidas fiscais de grandes empresas e obter benefícios tributários.
Operação na empresa do
filho de Lula foi arbitrariedade, diz Rui Falcão
O presidente nacional
do PT, Rui Falcão, classificou nesta quarta-feira, 28, como uma
"arbitrariedade" a operação de busca e apreensão na empresa do filho
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Zelotes. Ele
lembrou que, apesar de grandes empresas estarem sendo investigadas, um dos
poucos alvos foi a companhia do filho do petista.
"Tem um monte de
tubarão e você vai correr atrás de um peixinho", afirmou em entrevista
coletiva na sede nacional do PT, na capital federal, após reunião da Executiva
Nacional do partido. Ele afirmou que nesta quinta-feira, 29, no encontro do
Diretório Nacional do PT, deverá haver manifestações em defesa de Lula, mas não
haverá um agravo formal, pois Lula "não está agravado".
"Vamos mencionar a
agressão", afirmou Falcão. De acordo com ele, há uma campanha da mídia, da
oposição e de setores conservadores contra o PT, Lula e a presidente Dilma
Rousseff. O petista informou que a presença de Dilma no encontro amanhã ainda
não está confirmada.
A Operação Zelotes realizou
busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a seu filho
Luís Cláudio. A Polícia Federal investiga fraudes em julgamentos no Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda, e,
na nova etapa, investiga incentivos fiscais a favor de empresas do setor de
automóveis, como a CAOA e MMC Automotores.
Como revelou o jornal O
Estado de S.Paulo no início do mês, a empresa de Luís Cláudio recebeu
pagamentos de Mauro Marcondes, apontado como lobista investigado por
supostamente negociar a edição e aprovação da Medida Provisória 471 durante o
governo Lula. A norma prorrogou incentivos fiscais para o setor automotivo.
Luis Cláudio, que também é dono da empresa Touchdown, confirma o recebimento de
R$ 2,4 milhões por serviços prestados.
Impeachment
Rui Falcão disse também
ter "certeza" que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não vai
se concretizar. Segundo ele, não há embasamento jurídico para o pedido de
afastamento protocolado pela oposição, que usa como justificativa a prática das
chamadas "pedaladas fiscais" pelo governo Dilma tanto em 2014 quanto
em 2015. Segundo ele, o PT não se preocupa com o parecer.
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