A Polícia Federal tem
pelo menos US$ 7 milhões da suposta propina paga pela Construtora Norberto
Odebrecht, no esquema de cartel e desvios na Petrobras, identificados em laudo
pericial. São 24 registros de transações bancárias, entre 3 de abril de 2009 e
18 de maio 2012, descobertos a partir das confissões e documentos obtidos pela
Operação Lava Jato. Apesar de ser uma fração dos R$ 500 milhões que a
empreiteira pode ter pago no esquema de cartel e corrupção da Petrobras,
investigadores da Lava Jato acreditam que elas servem de base para trilhar o
caminho do dinheiro que circulou em contas secretas no exterior supostamente
por ordem da empreiteira. O operador dessa lavanderia seria o doleiro Bernardo
Freiburghaus - que mora na Suíça e é considerado foragido. O levantamento
consta de tabela elaborada pela Polícia Federal, no Laudo 0777/2015, anexado ao
pedido de prisão feito do presidente da empreiteira, Marcelo Bahia Odebrecht, e
de outros executivos e pessoas ligadas ao grupo. A construtora e a Andrade Gutierrez
são os alvo da Operação Erga Omne - 14ª fase da Lava Jato - deflagrada na
sexta-feira (19). A tabela trata de pagamentos que teriam como beneficiários os
ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque
(Serviços), o ex-gerente Pedro Barusco (Engenharia) e o doleiro Alberto
Youssef. Seu objetivo, nesse item do documento, foi tentar identificar entre
outras coisas "depósitos de valores em contas mantidas no exterior"
relacionados à Odebrecht. "Em alguns casos, não foi possível identificar
dados pertinentes, tais como Instituição Financeira do remetente, nome do
remetente e conta bancária", informa o laudo solicitado pelos delegados
Igor Romário de Paula e Eduardo Mauat da Silva. Primeiro delator da Lava Jato,
Costa apontou as contas em nome das offshores Sygnus Assets S.A., no banco PKB
PrivateBank S.A, Quinus Services S.A., no HSBC, Sagor Holding S.A., no Julius
Baer e conta nº 016780-40, no Deutsche Bank como "controladas por Bernando
Freiburghaus, mas pertencentes" a ele. Segundo Costa, os US$ 23 milhões
que ele tinha em conta secreta na Suíça - e que devolveu após acordo de delação
- foram propina da Odebrecht, operada por Freiburghaus. O doleiro Alberto
Youssef, também delator da Lava Jato, afirmou à Justiça Federal operacionalizou
pagamentos de propinas para a Odebrecht, tendo mantido contato com os
executivos Márcio Faria e Cesar Rocha. Nesse caso, o caminho percorrido pelos
investigadores da Lava Jato segue outro destino: Hong Kong. São contas de
titularidade das offshores RFY e DGX, nos bancos Standart Chartered e HSBC, em
Hong Kong, controladas pelo doleiro Leonardo Meirelles.
Fonte; Bahia Notícias
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