Dois palestrantes que
ministram um curso sobre “cura gay” para líderes espirituais foram intimidados
para depor sexta-feira (23) pelo Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do
Ministério Público do Distrito Federal. O curso promovido pelo especialista em
políticas públicas Claudemiro Soares pelo teólogo Airton Williams, sob o tema
“Homossexualismo: ajudando, biblicamente, a prevenir e tratar aqueles que
desejam voltar ao padrão de Deus para sua sexualidade”, tem duração de uma
semana. Segundo informações sobre o jornal O Globo, Claudemiro afirma que já
foi homossexual e sua “cura” foi relatada no livro “Homossexualidade masculina:
escolha ou destino? A atração pelo mesmo sexo e as abordagens terapêuticas para
a mudança de orientação sexual”, considerado por ele um “compilado científico
sobre o tema”. Em entrevista ao jornal O Globo, Claudemiro atribuiu a denúncia a
“ativista gays sociopatas”.
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) se manifestou nas
redes sociais sobre a realização do curso e afirmou que faria uma denúncia ao
MP. “Por convicções puramente religiosas, esses charlatões se consideram no
direito não só de ir contra os direitos humanos de milhões de cidadãos e
cidadãs brasileiras, mas também de desconstruir um ponto pacífico entre toda
uma comunidade científica: nem a homossexualidade, nem a heterossexualidade e
nem a bissexualidade são doenças, e sim uma forma natural de desenvolvimento
sexual. A confusão que há na sociedade em relação a uma possível ‘cura gay’ —
incitada por esse fundamentalismo religioso — é preocupante e precisa ser
esclarecida antes que a saúde física e psíquica de mais jovens seja afetada”,
disse Wyllys. Ligada aos palestrantes, a pastora Damares Alves, prometeu
“resposta” à interferência. “Pasmem, senhores, o Ministério Público foi no
local e interrompeu o curso. Olhem o tamanho o poder do deputado Jean Wyllys.
Conseguiu interromper um curso fechado para líderes evangélicos. Isso é só o
começo. Temos que dar uma resposta à altura a esse episódio”, disse.
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