Investidores da Telexfree e de outras instituições de "marketing
multinível" criaram uma associação sediada na Bahia para resgatar os bens
bloqueados pela Justiça após acusações de suposto crime financeiro por parte
das empresas. O Ministério Público investiga se as entidades praticam esquema
de pirâmide financeira, que depende do recrutamento progressivo de pessoas a
níveis insustentáveis.
“Estamos lutando juntos para que, pelo menos, os investidores que
puseram dinheiro na empresa continuem recebendo o que investiram.
Podem até bloquear novos cadastros, mas que pelo menos mantenham os que
estavam ativos”, considerou o presidente da Associação de Proteção aos
Investidores de Multinível (Apim), Felipe Senna, ao Bahia Notícias.
No dia 12 de agosto, uma comitiva de quatro advogados contratados pela
associação irá ao Acre, onde corre o processo contra a Telexfree, para intervir
na ação.
“As pessoas que são investidoras podem ingressar no processo como
terceiros para acompanhar de perto. Inicialmente não vamos brigar com as empresas.
Vamos trabalhar lado a lado para derrubar a liminar.
Caso seja decretada a falência delas, a associação, através de seus
advogados, muda o foco para que se tenha ressarcimento das pessoas”, afirmou um
dos defensores da Apim, Rogério Mattos.
Segundo ele, como o processo corre em segredo de Justiça, os
investidores não sabem o que realmente está acontecendo. “Só sabemos o que os
advogados da Telexfree estão divulgando”, apontou.
Para um dos conselheiros da Apim, Bruno Bittar, há um “preconceito” em
relação ao “marketing multinível” que, segundo ele, “como em qualquer empresa
precisa de sustentabilidade”. “Existem pessoas debaixo de nossa rede que ganham
mais do que a gente. Se fosse pirâmide, quem estava no topo ganhava mais. Se eu
convidar você [para a Telexfree], você pode ganhar mais dinheiro do que eu, só
é aplicar força de trabalho”, avaliou. Bittar diz que os problemas que
ocorreram com a Telexfree, a BBom e outras empresas similares “foi muito culpa
dos divulgadores”. “Muita gente da classe C ou D botava dinheiro em cima da
mesa ou cama e tirava fotos para ostentar. Já é determinação que não ostentem
dinheiro ou outros bens, mas sim qualidade de vida”, pregou.
Segundo Rogério Mattos, a quantia bloqueada pela Justiça que a
Promotoria deve devolver aos investidores para mover a ação “não dá para pagar
nem 10% das pessoas”. O advogado defende que os investidores se associem
porque, segundo ele, haverá prioridade para quem estiver na Apim. “Quando
houver a devolução, a sentença vai ser genérica. A pessoa terá que constituir
advogado para executar a sentença. Ao contrário de você intervir [no processo],
porque vai ser individualizado, com procuração”, divulgou. Mattos diz que, “na
pior das hipóteses”, no dia 12, os associados “terão uma luz”. “Para o bem ou
para o mal”, pontuou.
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