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19 de julho de 2013

DEPOIS DA TELEXFREE, BBOM TAMBÉM É BLOQUEADA.

A Justiça Federal em Goiás acatou um pedido dos Ministérios Públicos Federal e Estadual e determinou que as empresas do grupo “BBom” interrompam, imediatamente, o recrutamento e registro de novos integrantes. O negócio, que fornece rastreadores de veículos, é investigado porque apresenta indícios de formação de pirâmide financeira. A decisão foi tomada nesta terça-feira (16) e foi assinada pela juíza federal substituta da 4ª Vara, Luciana Laurenti Gheller.
Há alguns dias, a Justiça já havia determinado o bloqueio dos bens das empresas Embrasystem e BBrasil Organizações e Métodos, responsáveis pelas marcas “BBom” e “Unepxmil”. Dentre os bens bloqueados, contabilizam-se mais de 100 veículos – alguns de luxo, como Ferrari, Lamborghini e Mercedes -, além de R$300 milhões em contas bancárias.
A BBom diz que atua com marketing multinível, e não como pirâmide financeira. A empresa divulgou também que ainda não recebeu qualquer informação oficial da Justiça e que, por isso, não suspendeu a inscrição de novos usuários. Segundo Fabrício Augusto, representante da empresa, tudo continua normal, tanto na venda de produtos, quando nos novos cadastros e pagamentos. “Não sei de onde foi retirada essa informação [sobre bloqueio da Justiça], mas ela não é verídica”, afirmou.
A ação judicial faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos Ministérios Públicos federal e estaduais e que investiga possíveis práticas de pirâmides financeiras no Brasil, proibida no país e que configura crime contra a economia popular, de acordo com a Lei 1.521/51.
No caso da “BBOM”, a empresa se apresenta com a oferta de venda de rastreadores de veículos. A manutenção dos serviços de rastreio é feita através do pagamento de um valor mensal. A Justiça alega, contudo, que, na prática, não é isso o que ocorre.
No sistema, de acordo com as investigações, os participantes associavam-se por meio de uma taxa de cadastro e de um valor de adesão, que varia conforme o plano escolhido. Em seguida, comprometiam-se a trazer novos associados e a pagar uma taxa mensal, que caracteriza a pirâmide financeira. Como recompensa, a empresa prometia maior remuneração a quem indicasse mais associados.
“O nosso objetivo é evitar novas vítimas. O consumidor precisa ficar atento, principalmente com a proliferação desses esquemas com a ajuda da internet e das redes socais, bem como dessas promessas de ganho de muito dinheiro sem ter que vender um produto ou serviço real”, afirmou a procuradora da República Mariane Guimarães.

Os Ministérios Públicos Federal e Estadual de Goiás expediram recomendações, no início deste mês, às principais emissoras de TV de canal aberto (Globo, SBT, Record e Bandeirantes), orientando que suspendam a veiculação de propagandas dos rastreadores oferecidos pelas empresas do grupo “BBom”.

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