A Justiça Federal em Goiás acatou um pedido dos Ministérios Públicos
Federal e Estadual e determinou que as empresas do grupo “BBom” interrompam,
imediatamente, o recrutamento e registro de novos integrantes. O negócio, que
fornece rastreadores de veículos, é investigado porque apresenta indícios de
formação de pirâmide financeira. A decisão foi tomada nesta terça-feira (16) e
foi assinada pela juíza federal substituta da 4ª Vara, Luciana Laurenti
Gheller.
Há alguns dias, a Justiça já havia determinado o bloqueio dos bens das
empresas Embrasystem e BBrasil Organizações e Métodos, responsáveis pelas
marcas “BBom” e “Unepxmil”. Dentre os bens bloqueados, contabilizam-se mais de
100 veículos – alguns de luxo, como Ferrari, Lamborghini e Mercedes -, além de
R$300 milhões em contas bancárias.
A BBom diz que atua com marketing multinível, e não como pirâmide financeira.
A empresa divulgou também que ainda não recebeu qualquer informação oficial da
Justiça e que, por isso, não suspendeu a inscrição de novos usuários. Segundo
Fabrício Augusto, representante da empresa, tudo continua normal, tanto na
venda de produtos, quando nos novos cadastros e pagamentos. “Não sei de onde
foi retirada essa informação [sobre bloqueio da Justiça], mas ela não é
verídica”, afirmou.
A ação judicial faz parte de uma força-tarefa conduzida pelos
Ministérios Públicos federal e estaduais e que investiga possíveis práticas de
pirâmides financeiras no Brasil, proibida no país e que configura crime contra
a economia popular, de acordo com a Lei 1.521/51.
No caso da “BBOM”, a empresa se apresenta com a oferta de venda de
rastreadores de veículos. A manutenção dos serviços de rastreio é feita através
do pagamento de um valor mensal. A Justiça alega, contudo, que, na prática, não
é isso o que ocorre.
No sistema, de acordo com as investigações, os participantes
associavam-se por meio de uma taxa de cadastro e de um valor de adesão, que
varia conforme o plano escolhido. Em seguida, comprometiam-se a trazer novos
associados e a pagar uma taxa mensal, que caracteriza a pirâmide financeira.
Como recompensa, a empresa prometia maior remuneração a quem indicasse mais
associados.
“O nosso objetivo é evitar novas vítimas. O consumidor precisa ficar
atento, principalmente com a proliferação desses esquemas com a ajuda da
internet e das redes socais, bem como dessas promessas de ganho de muito
dinheiro sem ter que vender um produto ou serviço real”, afirmou a procuradora
da República Mariane Guimarães.
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual de Goiás expediram
recomendações, no início deste mês, às principais emissoras de TV de canal
aberto (Globo, SBT, Record e Bandeirantes), orientando que suspendam a
veiculação de propagandas dos rastreadores oferecidos pelas empresas do grupo
“BBom”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seus comentários, mas lembre-se que este blog é acessado por famílias, mulheres, e pessoas de bem.