BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, afirmou nesta quinta-feira, 28, que até 1º de julho deverão
ser executadas as condenações do processo do mensalão que incluem prisões de 22
réus, entre os quais o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente
do PT e deputado federal José Genoino.
Tomada em dezembro após 4 meses e meio de julgamento, a
decisão do STF ainda não foi publicada. Após a publicação oficial, será aberto
um prazo de 5 dias para que os réus recorram. Depois disso, o plenário terá de
julgar os recursos. Não há previsão de quando isso ocorrerá, apesar de o
presidente ter dito nesta quinta que tudo deverá estar resolvido até 1º de
julho.
As penas aplicadas pelo STF aos 25 condenados no processo do
mensalão variam de 2 a 40 anos de prisão. O réu condenado à pena maior é o
publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Mas também foram considerados
culpados o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-tesoureiro petista
Delúbio Soares.
Na entrevista concedida aos jornalistas, Joaquim Barbosa
disse que diante do desvio de R$ 100 milhões de verbas públicas as penas foram
"baixíssimas". O ministro reconheceu que nenhuma das penas deverá ser
cumprida na sua totalidade porque há diversos recursos judiciais que podem ser
usados para reduzir o tempo de permanência dos réus na prisão.
Defesa. O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende o
ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), não comentou as declarações do presidente
do STF.
O criminalista Marcelo Leonardo, que defende o empresário
Marcos Valério, afirmou. “Enquanto o acórdão não for publicado qualquer
previsão não tem sustentação. Se não se souber quais os recursos interpostos e
sua fundamentação não se deve fazer futurologia na Justiça.”
Para o criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o
dpeutado João Paulo Cunha (PT-SP), “causa surpresa e apreensão a afirmação do
presidente da Corte, pois há casos em que certas matérias deverão ser julgadas
novamente”. Toron assinala que este é o caso de seu cliente. Como João Paulo
teve cinco votos favoráveis no julgamento do crime de lavagem de dinheiro cabe
recurso denominado embargos infringentes para reapreciar a acusação. “Ou seja,
um novo julgamento do capítulo relativo à lavagem será realizado. Por isso,
causa apreensão essa expectativa de tanta celeridade quando há um novo
julgamento a ser feito." /
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