Estudantes com nome sujo na praça não terão mais restrição para
conseguir o Financiamento Estudantil (Fies), programa federal voltado a
universitários que estudam em instituições particulares. A nova regra vale
também para quem precisa renovar o benefício. Até 2012, estudantes que não
conseguissem comprovar “idoneidade cadastral” eram excluídos do programa.
Movimentos sociais reclamavam que a regra dificultava a inclusão de estudantes
no ensino superior. Em novembro, a ONG Educafro encaminhou representação ao
Ministério Público Federal exigindo a mudança. Segundo o documento, “tais
exigências têm frustrado na prática a perspectiva de matrícula dos candidatos
mais pobres”.
A Procuradoria dos Direitos do Cidadão analisaria o documento neste
mês, mas o Ministério da Educação (MEC) se adiantou com a mudança. A nova norma
foi oficializada em portaria do dia 28 de dezembro. “Eles foram sensíveis e
promoveram um avanço para a inclusão, acabando com uma medida que impedia os
mais pobres de chegar à universidade”, diz o diretor da Educafro, Frei David
Santos. Segundo o MEC, não há como informar quantos pedidos foram recusados e
contratos interrompidos por conta das restrições cadastrais. Em 2011,
levantamento do sindicato das instituições particulares (Semesp) estimou que
cerca de 75 mil estudantes não conseguiam o atendimento por conta de problemas
no cadastro. (O Estadão)
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