Mãe de um dos 700 detentos da ala afirma que é preciso entregar o
dízimo todo domingo para que o filho não seja punido
por Leiliane Roberta Lopes
Nova testemunha garante que presos são obrigados a pagar o dízimo no
presídio do Carumbé
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) continua investigando as
denúncias de que representantes da Igreja Universal do Reino de Deus estariam
cobrando o dízimo dos presos que estão na ala evangélica do Centro de
Ressocialização de Cuiabá, o presídio do Carumbé.
Uma testemunha que não quis se identificar deu depoimento confirmando
que é obrigada a pagar o dízimo semanalmente para que seu filho continue na
ala. “Eles são obrigados a pagar dízimo todo domingo. O quanto a gente levar
tem que dividir com eles”, ressalta a testemunha.
Na última sexta-feira polícias estiveram no presídio apreendendo
materiais que possam comprovar essas denúncias. “Lá dentro são os pastores
mesmo. Lá dentro tem os presos que são pastores, que ficam responsáveis em
arrecadar [dinheiro] de quem é aqui de fora”.
Essa mãe denunciou que realmente que não paga o dízimo sofre represarias
e é humilhado. “O preso fica sofrendo represália lá dentro, humilhado, forçado
a fazer coisas. Provocam o preso para a briga, tudo isso lá dentro. Inclusive
perigoso sair morte, porque é cada um por si. Quem tem parente lá dentro é
assim, tem que ficar rezando para não acontecer nada”.
O presídio de Carumbé tem 1.250 detentos, destes, 700 estão na ala
evangélica que é coordenada pelas igrejas Universal do Reino de Deus,
Assembleia de Deus e Deus é Amor. O diretor do Centro de Ressocialização disse
em reportagem ao G1 que já havia recebido denúncias sobre a exigência dessa
contribuição.
“Nós tínhamos feito algumas reuniões e pedido para eles que mudassem o
jeito de tratar os próprios colegas de celas e que parassem de cobrar se por
acaso estivessem cobrando essa quantia que eles estavam dizendo. Até agora as
denúncias que temos, nada comprovado, é que trata-se da Igreja Universal”,
disse Dilton Matos de Freitas.
O dízimo seria a 10ª parte do auxílio reclusão que as famílias dos
detentos recebem, o que para o MPE é ilegal. “Não tem como o preso ser obrigado
a isso porque ela já tem a liberdade restringida”, disse o promotor de justiça
Joelson de Campos Maciel.
Com informações G1
Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seus comentários, mas lembre-se que este blog é acessado por famílias, mulheres, e pessoas de bem.