Tradutora da ONU questiona:
“Ninguém fala nada sobre as coisas ruins acontecendo no mundo”.
A Assembleia Geral da ONU,
ocorrida nesta sexta-feira (10) aprovou nove medidas contra Israel. O Brasil
votou em todas elas ao lado de países muçulmanos, mostrando que não há mudança
em sua política externa.
Cerca de 20 resoluções são
aprovadas contra o Estado judeu todo ano, sendo todas “patrocinadas por nações
árabes”, denunciou a ONG UN Watch, que monitora o trabalho da organização.
O presidente da UM Watch, Hillel
Neuer, destaca que não houve nenhuma menção dos “túneis do Hamas, nem dos
tiroteios ou ataques de veículos contra israelenses”.
Para efeitos de comparação, na
mesma sessão foram tomadas 6 resoluções condenatórias contra todos os demais
países do mundo (Síria, Coréia do Norte, Irã, Crimeia, Mianmar, além de uma
contra os EUA, por seu embargo a Cuba).
Todos os 193 estados membros da
ONU participam da votação inicial, deste mês, e deverão manter os mesmos votos
na última votação do ano, feita no plenário da 72ª Sessão da Assembleia Geral,
em dezembro.
“O ataque da ONU a Israel com
essa torrente de resoluções unilaterais é algo surreal”, avalia Neuer. “Mesmo
depois que o presidente da Síria, Bashar Assad, usou armas químicas contra seu
próprio povo no ano passado, a ONU está prestes a adotar uma resolução –
redigida e co-patrocinada pela Síria – que condena falsamente Israel por
“medidas repressivas” contra cidadãos sírios nas colinas de Golã”, explica.
Ele lembra que, a exemplo de
2016, este ano foram dezenas de resoluções contra Israel, mas ninguém fala
sobre os conhecidos violadores de direitos humanos como Arábia Saudita,
Turquia, Venezuela, China, Cuba, Paquistão ou Zimbábue, que sabidamente
perseguem e matam os opositores do governo.
Segundo Neuer, as resoluções da
ONU fazem parte de um movimento islâmico para que Israel saia das Colinas de
Golã e devolvam a região para a Síria. Israel tomou as colinas durante a Guerra
dos Seis Dias (1967), mas somente as anexou em 1981.
“As resoluções de hoje também
dizem que a ONU se preocupa com os palestinos, mas a ONU ignora os milhares de
palestinos que foram mortos, mutilados e expulsos pelas forças de Assad desde
2011”, enfatizou Neuer, que recentemente divulgou documentos que mostram como a
ONU investirá nos próximos anos 1,3 bilhão de dólares na independência da
Palestina.
Entre as medidas aprovadas, estão
a proibição de Israel construir um muro para impedir invasões de Gaza, a
detenção e prisão de civis (mesmo que envolvidos com atividades terroristas), a
construção de novos prédios e casas nos que chama de “territórios palestinos
ocupados”, que incluiriam Jerusalém.
Todas as resoluções estão
disponíveis no site da ONU.
Em meio aos debates e a leitura
das resoluções, uma das tradutoras da ONU fez vários comentários sem perceber
que seu microfone estava aberto. É possível ouvi-la dizer claramente que não
fazia sentido tantas votações que só falavam de Israel. “Ninguém fala nada
sobre tantas coisas ruins acontecendo no mundo”, desabafou.
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