CÂMARA DE VEREADORES DE IBICARAÍ

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AGORA AS SESSÕES ACONTECEM ÀS QUINTA-FEIRAS.

15 de novembro de 2025

Estamos entrando na era do ‘analfabetismo digital’

 


Esse título pode soar pesado, mas nasce de uma simples constatação deste que vos escreve. Antes de tudo, quero deixar claro: este texto expressa apenas uma visão pessoal, fruto da minha vivência e da minha humilde existência. Não pretende servir como base acadêmica, tampouco apontar verdades absolutas. É apenas o que vejo e penso.

Convivo diariamente com pessoas e percebo que, com a chegada das tecnologias do terceiro milênio - a internet e, principalmente, a Inteligência Artificial (IA) - muitos (sempre há exceções) já não querem mais pensar, exercitar o cérebro, ler, e muito menos escrever ou descrever o que sentem. Estamos terceirizando o raciocínio.

Estamos nos acostumando a pedir para a IA escrever o que precisamos, ou a ditar textos que poderíamos simplesmente ler. É uma realidade triste. Se nada mudar, o futuro das próximas gerações pode ser um cérebro do tamanho de um “grão de ervilha”, e aquilo que por milênios foi nossa maior riqueza - o intelecto, o pensar, o bom e velho QI - corre o risco de se tornar apenas um detalhe irrelevante.

Mas nem tudo está perdido. Há uma luz no fim do túnel. Apesar da evidente atrofia intelectual que marca este início de século XXI, ainda existem leitores assíduos, pessoas que pensam, que usam o cérebro diariamente e que continuam a comprar livros, alimentando a lírica arte da leitura.

Na última Bienal do Livro da Bahia, realizada entre 26 de abril e 1º de maio de 2024, no Centro de Convenções de Salvador, foram vendidos cerca de 800 mil livros, com mais de 100 mil visitantes ao longo dos dias de evento.

Também em 2024, o Brasil registrou a venda de 49,12 milhões de livros, o equivalente - em números brutos - a um exemplar para cada cinco brasileiros. Ainda há muitos apaixonados pela leitura. Um exemplo está dentro da minha casa: minha filha Gabriela, que outro dia comprou sete livros de uma só vez pela internet.

E os números continuam animadores. A Bienal do Livro Rio 2025, realizada entre 13 e 22 de junho, vendeu 6,8 milhões de livros, um crescimento de 23% em relação à edição de 2023. Em meio a tanta distração digital e à enxurrada de conteúdos superficiais que circulam pelas redes, esses dados mostram que a raça humana ainda tem salvação.

Basta ler.


Arnold Coelho

precisamos voltar a ler e escrever

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