BRASÍLIA - A onda de
delações de réus da Operação Lava-Jato, que vem alimentando as investigações
desde o ano passado, ainda não terminou. Dois executivos da construtora Camargo
Corrêa - o presidente Dalton dos Santos Avancini e o vice-presidente Eduardo Leite
- fecharam, na noite desta sexta-feira, acordos de colaboração com a
força-tarefa que investiga fraudes em contratos de empreiteiras com a
Petrobras. Já João Ribeiro Auler, presidente do Conselho Administrativo da
construtora, ainda está negociando com os procuradores.
As delações podem
tornar as investigações ainda mais explosivas. A Camargo Corrêa foi uma das
primeiras empresas flagradas em transações financeiras com o doleiro Alberto
Youssef, operador do pagamento da propina no esquema de desvios da Petrobras. A
Camargo também é uma das empresas com mais doações para campanhas políticas. Os
executivos teriam decidido colaborar por três motivos: prisão prolongada,
dificuldade para enfrentar as investigações e risco de condenação à prisão em
regime fechado.

Mas, nos últimos dias,
o ambiente mudou e as partes já se entenderam sobre os pontos principais do
acordo.
BENEFÍCIOS SÃO
DISCUTIDOS
Estão sendo preparados
acordos individuais. Os benefícios para os delatores deverão ser estabelecidos
em função da importância das informações a serem fornecidas por eles. Nesta
sexta-feira, as negociações giravam em torno dos benefícios, que vão da redução
de penas até a não aplicação do regime fechado.
Nesta sexta-feira, o
juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ouviu funcionários da
Camargo Corrêa arrolados como testemunhas de defesa dos executivos Dalton dos
Santos Avancini e João Ricardo Auler. Os depoimentos de Alessandra Mendes da
Silva, Eduardo Maghidman, Jorge Yasbek, Enes Faria e Rodoal Schlemm foram
feitos por videoconferência. Segunda-feira, serão ouvidas as testemunhas de
Eduardo Leite, outro executivo da Camargo Corrêa.
Até o momento, a
força-tarefa da Lava-Jato fechou 13 acordos de delação premiada, entre eles as
confissões do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do
doleiro Alberto Youssef. Os executivos das empreiteiras estão presos desde a
nona fase da Lava Jato, deflagrada em 14 de novembro passado.
Fonte; O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seus comentários, mas lembre-se que este blog é acessado por famílias, mulheres, e pessoas de bem.