Dois terços (66%) dos votos nominais para deputado estadual na última
eleição ficaram com três nomes: Rosemberg Pinto, Bruno Reis e Augusto Castro.
Juntos, os três abocanharam 6.869 votos de um total de 10.466 direcionados a
algum nome para deputado estadual em Ibicaraí. Só Rosemberg e Bruno Reis
somaram sozinhos praticamente metade dos votos nominais.
Os números dão a medida da importância dos apoios políticos locais na
eleição para deputados. Em outros municípios baianos a situação ocorreu de
maneira muito semelhante.
Em 2014, os três mais votados de 2010 em Ibicaraí voltaram a oferecer o
nome às urnas. E, novamente, com o apoio de políticos locais. A diferença é que
agora a concorrência aumentou, para estadual e federal, com a presença de mais
candidatos, como Antonio Britto, Carlos Sobral, Davidson Magalhães e Ângela
Souza, entre outros, que também têm apoios locais.
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O resultado da votação para deputados, tanto estaduais como federais, é
a métrica mais evidente da força dos políticos locais para uma futura disputa
municipal. A elite política local mede forças na votação dos deputados de olho
no breve futuro. A eleição dos deputados pode garantir a chegada de recursos
estaduais e federais na administração do município e dar prestígio aos
políticos. Mas os eleitores também estão começando a pensar melhor e podem
mexer nessas contas.
A falta de interesse dos ibicaraienses pelos eventos políticos organizados
para divulgar os nomes dos candidatos indica que os políticos locais devem se
esforçar mais em 2014 do que se esforçavam no passado. Nenhum grupo político
conseguiu se orgulhar até o momento do tamanho do rebanho atraído para esses
eventos políticos. Faltou gente e sobrou praça para todos.
É possível que os eleitores tenham percebido que há artificialismo
demais no atual embate da elite política. Essa falta de naturalidade acomete os
velhos e os novos, para os quais falta respeito aos partidos, às ideias antes
defendidas e aos aliados de outrora hoje adversários. O troca-troca de alianças
e de negociação de interesses desencanta os eleitores, que não veem na peleja
qualquer vontade dos políticos de resolver os reais problemas do município. Os
políticos que trocam de aliados e de apoiadores e fazem alianças por baixo do
pano sem se constranger não perceberam que eles continuam os mesmos mas os
eleitores mudaram, sobretudo depois das manifestações de junho.
Eleições estaduais e federais atraem bem menos atenção que as
municipais, mas há sintomas de uma possível perda de força dos políticos
tradicionais em Ibicaraí, revelando prováveis vestígios do que já ocorre na
política nacional. E é o sinal de que 2016 será mais emocionante do que foi a
eleição de 2012.
Essa hipótese pode ser confirmada ou pode cair por terra nas próximas
semanas. Não com a participação de mais ibicaraienses nos comícios, porque
atrair público com banda de música e encher de cabos eleitorais é fácil. A
abertura das urnas em outubro é que poderá mostrar o provável novo mapa
político local. Parece que algo se quebrou, está se quebrando. Por isso, as
urnas nunca foram tão aguardadas. Até lá, a pobre e velha elite política de
Ibicaraí roerá as unhas e sofrerá de ansiedade.
Na tabela, a votação nominal (direto em algum nome) em candidatos a
deputado estadual por eleitores de Ibicaraí em 2010.
Fonte; Facebook do jornalista José Nilton Calazans.
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