Peritos da Polícia Federal indicam no sistema de propinas da
empreiteira valores utilizados na compra do imóvel à entidade.
A Polícia Federal entregou ao juiz federal Sergio Moro,
nesta sexta-feira, 23, a perícia em cópias dos sistemas Drousys e MyWebDay,
utilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, departamento que
cuidava da distribuição de propinas da empreiteira. A PF analisou cerca de 2
milhões de arquivos para concluir o laudo.
O documento, que tem 321 páginas e é assinado por seis
peritos criminais da PF, foi anexado no processo da Operação Lava Jato que tem
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os réus pelos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro no suposto recebimento de 12,9 milhões de reais
em propina da Odebrecht. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula
recebeu as vantagens indevidas da empreiteira através das compras de um imóvel
que abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo, por 12,5 milhões de reais, e de
uma cobertura vizinha à dele em São Bernardo do Campo (SP), por 504.000 reais.
O prédio destinado ao instituto acabou não sendo utilizado.
O laudo responde a questionamentos de Moro, do MPF e da
defesa do petista sobre a autenticidade dos registros de pagamentos que,
conforme a acusação, saíram do departamento de propinas da Odebrecht com
destino à compra do prédio à entidade que leva o nome do ex-presidente. Ainda
conforme a força-tarefa da Lava Jato, a aquisição foi feita por meio de uma
empresa que funcionou como “laranja” da empreiteira, a DAG Construtora. O
imóvel fica na Rua Haberbeck Brandão, na capital paulista.
A PF indica na perícia que o codinome utilizado pelo setor
de propinas no sistema MyWebDay para tratar do imóvel era “Beluga”, o que os
peritos dizem ser uma possível referência à Beluga Holdings LTD, offshore de
Mateus Baldassari, empresário que vendeu o imóvel à DAG Construtora.
Conforme o documento, sob o codinome “Beluga” foram
registrados pagamentos à Jaumont Services Limited, outra offshore de
Baldassari; à DAG, que teria sido “compensada” pela Odebrecht pela compra do
prédio; a Glaucos da Costa Marques, que teria sido utilizado como “laranja” na
compra da cobertura em São Bernardo do Campo; e ao escritório Teixeira, Martins
Advogados, do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula.
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